
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Local: Cinelândia (Praça Marechal Floriano), no centro da cidade
Inauguração da obra: 1909 (Parte do conjunto arquitetônico das Obras de Reurbanização da Cidade do Rio de Janeiro)
Projeto de Francisco de Oliveira Passos, com a colaboração de Albert Guilbert
Figura 1 - Localização
Até por volta de 1860, o estilo em voga no Rio de Janeiro era o neoclássico, trazido pela missão artística francesa, que veio ao Brasil em 1816 a convite de D. João VI. A corrente neoclássica prolongou-se aqui por mais tempo que no resto do mundo e começou a degenerar-se, então, em 1860, à medida que outros estilos começaram a tomar espaço.
No início do século XX predominava no Rio o Ecletismo, principalmente de influência francesa. Paris, no auge na época, foi inspiração para a reforma urbana de Francisco Pereira Passos (prefeito da cidade de 1902 a 1906). A Avenida Central (hoje, Rio Branco), aberta no centro antigo, foi palco do Concurso de Fachadas instituído em 1903.
Marcado pela mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova linguagem arquitetônica, podemos citar algumas características que são bastante comuns no ecletismo, como o uso de platibanda, arco, pináculos. No Brasil, esse estilo reúne elementos dotados de linhas curvas do Barroco, paredes lisas e ornamentos com o dourado do rococó e colunas e arcos romanos típicos do estilo neoclássico. O emprego do ferro, bastante significativo, resulta dos avanços da engenharia no século XIX. A Arquitetura Eclética se caracteriza também pela simetria, busca pela grandiosidade, riqueza decorativa e rigorosa hierarquização dos espaços internos.
Localizado na Cinelândia (Praça Marechal Floriano), inaugurado em 1909 como parte do conjunto arquitetônico das obras de Reurbanização da Cidade do Rio de Janeiro, o Theatro Municipal (1906-1909), inspirado na Ópera de Charles Garnier, em Paris, foi construído por Francisco de Oliveira Passos, filho do então prefeito, o que coloca em cheque a imparcialidade do concurso instituído em 1906. Mas, não se pode negar que esse projeto correspondia perfeitamente ao gosto da época.
Figura 2 - Fachada Principal do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Figura 3 - Ópera de Paris (Charles Garnier)
Oliveira Passos utilizou amplamente o ferro e o aço para a cobertura ou suporte da cúpula central e dos pisos, pois eram os materiais mais adequados para resolver os problemas apresentados. São evidentes as preocupações estilísticas: o aspecto de conjunto, em estilo Segundo Império, foi procurado, propositalmente, em razão do prestígio da Ópera de Paris.
Característica do Eclético, a monumentalidade pode ser logo notada na fachada principal através da escadaria de acesso, da visão dos dois andares, do destaque das cúpulas da cobertura (revestidas de cobre), da verticalidade garantida pelas grandes colunas no corpo central em conjunto com as colunas menores das rotundas laterais.
Figura 4 - Monumentalidade da fachada
As três portas principais, em madeira, são em arco pleno, assim como as janelas das rotundas. As colunas principais, em mármore Carrara, são em estilo Coríntio. Ladeando o frontão, duas alegorias de Rodolpho Bernardelli podem ser vistas – a música e a poesia.
Figura 5 - Elementos da Fachada
No andar superior do corpo central, as janelas trazem vitrais alemães com figuras das musas protetoras das artes. Sobre os janelões das rotundas são gravados nomes de mestres da música e da dramaturgia.
Figura 6 - Elementos da Fachada
Em planta, a divisão geral do edifício se dá em três partes principais: a entrada e o foyer, a sala do espetáculo e a caixa do teatro. Essa divisão pode ser notada pela diferenciação nos volumes da cobertura.
Figura 7 - Planta baixa
Figura 9 - O Theatro Municipal do Rio de Janeiro







